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29/nov/2023
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Religião Judaica

Calendario Judaico

O Mês de Shvat



O mês de Shvat é o quinto mês na contagem da Criação do mundo (a partir de Tishrei), e o décimo-primeiro mês na contagem da saída do Egito (a partir de Nissan).

Seu nome origina-se do nome do mês babilônico, do mesmo modo que todos os outros meses do calendário judaico atual. O nome "Shvat" é mencionado apenas uma vez nas Escrituras: "do mês undécimo, que é o mês de Shvat" (Zacarias 1:7) e outra vez no livros apócrifos (I Macabeus 16:14).

No Talmud, Shvat é mencionado com referência ao "ano novo das árvores", que cai nesse mês. Segundo Beit Shamai, o ano novo das árvores deveria ser no primeiro dia de Shvat, mas Beit Hilel afirma: em 15 de Shvat, e foi aceita a opinião de Beit Hilel (Tratado Rosh Hashaná cap. I, mishná 1).

O princípio básico de Tu BiShvat (15 de Shvat) é o louvor à Terra de Israel, e daí originou-se o costume de comer as frutas com as quais a Terra de Israel foi abençoada; pois é nesse dia que a força da terra renova-se em Eretz Israel, para que produza suas colheitas e seus frutos e demonstre toda sua fartura.

O signo do mês

O signo de Shvat é "Aquário" [em hebraico: dli = balde], conforme está escrito: "Águas manarão de seus baldes" (Números 24:7), por ser um mês chuvoso.

Acontecimentos do mês de Shvat

* 1 de Shvat - Moisés começou a ler o último Livro da Torá, o Deuteronômio, à congregação dos Filhos de Israel (Deuteronômio 1:3).

* 2 de Shvat - Morre o rei Yanai, da dinastia dos Hasmoneus; salvam-se, assim, setenta anciãos de Israel que o rei havia condenado à morte, libertados por sua esposa, a rainha Salomé.

* 5 de Shvat de 5708 (1948) - 35 combatentes da Haganá, em missão de socorro aos assentamentos de Gush Etzion (que estavam sob cerco durante a Guerra de Independência de Israel) são mortos no caminho, nas colinas de Hebron.

* 15 de Shvat - Ano Novo das Árvores, festa do plantio. Lançamento da pedra fundamental da Universidade Hebraica de Jerusalém (5668 – 1908). Inauguração do Technion Hebreu de Haifa (5685 – 1925). Abertura da primeira sessão do Knesset em Jerusalém (5709 – 1949).

* 18 de Shvat de 5709 (1949) - Eleição do primeiro Presidente do Estado de Israel, Chaim Weizmann.

* 20 de Shvat de 5715 (1955) - Quatro dos condenados à morte no caso de espionagem são executados no Egito.

* 22 de Shvat - Assassinato do imperador romano Calígula.

* 25 de Shvat de 5709 (1949) - Egito e Israel assinam o acordo de armistício na Ilha de Rodes. Esse foi o primeiro acordo assinado entre o Estado de Israel e um país árabe, e pôs fim à Guerra da Independência.

* 28 de Shvat - Antíoco Epifânio deixa Jerusalém e morre na guerra.

* 29 de Shvat de 5700 (1940) - Estabelecimento do gueto de Lodge, o primeiro gueto na Polônia durante o Holocausto.

* 30 de Shvat de 5656 (1896) - Publicação do Livro "O Estado Judeu", de Theodor Herzl

A personalidade do mês

Alexandre Yanai (faleceu no dia 2 de Shvat)

Rei e Sumo Sacerdote da Dinastia dos Hasmoneus (103-76 A.C.)
Filho de João Hircano.

Foi guerreiro e conquistador. Dentre seus feitos destacam-se a ampliação das fronteiras de Judá, incluindo a região costeira desde o Monte Carmel até o Córrego Egito, a renovação das atividades náuticas do Reino de Judá, o incremento do comércio internacional e o fortalecimento da influência religiosa e cultural de seu reino.

Estendeu seu domínio a quase todo o território do lado oriental do Jordão, do qual somente uma parte pertencia anteriormente a Judá, além de conquistar as fontes do Rio Jordão. Resistiu às invasões dos reinos vizinhos de Chipre, Síria e do Reino dos Nabateus, que se localizava ao sul, no Neguev e no outro lado do Jordão. Colonizou também as terras conquistadas, transferindo para esses territórios os excessos de população da região de Judá. Nas regiões desérticas, as quais não conseguia defender por meio da criação de novos povoados, construiu fortificações, como Alexandron, na margem ocidental do Jordão, e Michvar, na margem oriental do Mar Morto.

Por ser guerreiro, conquistador e colonizador, tinha a tendência de concentrar o poder em suas mãos; seu governo transformou-se em ditadura militar, subjugando duramente qualquer oposição, sem levar em conta os sentimentos da população. A forma de governo que instituiu, seu comportamento e a atmosfera reinante em sua corte, que cada vez mais se pareciam aos costumes dos soberanos gregos que havia combatido, despertaram forte oposição no povo, entre os que se conservavam fiéis ao espírito do judaísmo, sobretudo os "fariseus".

Em conseqüência da forte divergência entre o rei e a maioria do povo, irrompeu no país uma guerra civil, que durou seis anos, e na qual morreram 50 mil pessoas. Depois de terríveis combates, Alexandre Yanai conseguiu derrotar seus opositores e castigá-los cruelmente. O resultado foi o afastamento do povo da dinastia dos Hasmoneus, e o enfraquecimento do status real.
Depois de sua morte subiu ao poder sua esposa, a rainha Salomé (em hebraico: Shlomtzion). Esta tentou garantir a paz para seu reino, tanto interna quanto externa; para isso, apaziguou e aproximou-se do grupo dos "fariseus", que eram aceitos pelo povo.

A rainha Salomé procurou fortalecer a segurança de Judá. O exército foi duplicado, e foi recrutado um grande número de mercenários. A rainha não partiu para novas guerras de conquistas, e o período de seu reinado ficou na lembrança do povo como a última época de felicidade, independência e tranqüilidade, antes do fervilhar dos conflitos internos e início do domínio romano.

A história do mês

Rabino Israel Lipkin de Salant (Rabi Israel Salanter), fundador do "Movimento Mussar" (faleceu no dia 25 de Shavat de 5643 (1883)

Uma vez, o Rabi Israel Salanter estava no mercado e pôs-se a bater papo com outro homem. E a conversa foi-se alongando, o Rabi contava anedotas, ria e distraía seu companheiro de conversa.

As pessoas que viram o que estava acontecendo ficaram admiradíssimas: Como é possível? O Rabi Israel está sempre absorto no estudo da Torá, sempre preocupado com coisas sérias – como é que agora ele está conversando sobre assuntos sem importância e rindo?

Uma dessas pessoas resolveu fazer essa pergunta ao Rabi Israel.
- Assim é, respondeu o Rabi Israel. Este homem estava imerso em suas mágoas. Todo aquele que consiga distraí-lo comete uma boa ação…

De outra feita, um judeu foi procurar o Rabi Israel com uma dúvida sobre a Halachá.

No meio da conversa, o Rabi suspirou e tornou a suspirar. Perguntou-lhe o outro: "Porque o senhor está suspirando?"

Respondeu o Rabi: A manga da minha roupa está rasgada e manchada e eu fiquei envergonhado porque o senhor está me vendo dessa maneira. Aí eu pensei: Se eu fiquei encabulado por um simples mortal estar me vendo com a manga da roupa rasgada e manchada, qual não será minha vergonha no mundo vindouro, quando revelarem-se todos os rasgões e manchas de minha alma, que eu não consertei na devida hora...


Autor: Simcha Raz
Fonte: KKL - Israel