Festas Judaicas (Chaguim)
Rosh HaShaná
Por que comemos maçã com mel?
Todos estamos familiarizados com o costume de comer maçã mergulhada em mel em Rosh Hashaná, mas poucos conhecem sua origem e motivo. A origem remonta ao sábio Abaie da Guemará, no tratado Horaiot, página 12.
Abaie ressalta que determinada simbologia que preconizamos em Rosh Hashaná, especialmente na primeira noite, pode influenciar todo o ano em sua essência da maneira como destacamos esta simbologia.
A Torá nos dá um exemplo disto: quando ungimos um Rei de Israel, despejamos azeite sobre sua cabeça, e este ato faz dele um Rei de acordo com as instruções da Torá
Quando os Reis David e Salomão foram ungidos com azeite, este fora retirado de caixinhas feitas de chifre, assim como o Shofar que tocamos em Rosh Hashaná. Entretanto, quando foram ungidos os Reis Saul e Iehu, o azeite estava numa lata de azeite comum.
O chifre é algo que nasce e se desenvolve na cabeça do animal. Graças a esta simbologia, os reinados de David e Salomão perduraram, e, até os nossos dias, estamos esperando um ungido (Mashiach) da casa de David e Salomão. Contrariamente, os reinados de Saul e Iehu não perduraram pois foram sinalizados com algo que não nasce e se desenvolve (metal comum).
Assim como um sinal que fazemos quando ungimos um rei (azeite dentro de um recipiente feito de chifre) traz alguma influência sobre a continuação do seu reinado, o mesmo acontece quando sinalizamos o ano com algo simbólico.
Isto tomou forma de halachá no Shulchan Aruch e todos os alimentos que ingerimos em Rosh Hashaná tornaram-se símbolos comuns, tanto para Ashkenazim como para Sefaradim. (artigo 583).
Autor: Rav Moshe Bergman
Fonte: Bnei Akiva SP