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25/abr/2024
Nissan 17, 5784

Festas Judaicas (Chaguim)

Purim

Costumes

  • Mishloach Manot (shelakhmones) e Presentes para os Pobres


  • O costume de enviar presentes (Mishloach Manot) deixa sua marca especial em Purim. Ao longo de Purim, homens e mulheres, jovens e crianças andam pelas ruas, carregando pratos, cestas e bandejas cheias de guloseimas de Purim escolhidas e cobertas com um guardanapo. Muitos destes "mensageiros" estão em fantasias e isto acrescenta uma beleza especial à atmosfera de Purim.

    Em Jerusalém, era habitual que meninas comprometidas enviassem Mishloach Manot especial, grande e suntuoso aos seus futuros maridos; bolos congelados, biscoitos e confeitaria eram formosamente organizados em bandejas redondas e gigantescas.

    Na Israel contemporânea, há formas de Mishloach Manot familiares, por bairro e nacionais. Elas são enviadas, por exemplo, aos soldados das FDI que servem no fronte, para os assentamentos nas fronteiras e para os necessitados. Crianças também trocam Mishloach Manot simbólicos nas escolas.

  • Fazendo Barulho na Menção do Nome de Haman


  • Há uma atmosfera especial na sinagoga durante a leitura da Meguilá. Muitos dos fiéis trazem sua própria Meguilá kasher, escrita em pergaminho, de acordo com a halachá - por temer que, caso contrário, eles possam perder uma palavra ou outra da leitura; eles podem assim suprir silenciosamente a palavra perdida em sua própria Meguilá, cumprindo a mitzvá [preceito] de ouvir a Meguilá em sua totalidade.

    Crianças com vários tipos de fantasias fazem todos os tipos de barulho - assobios, reco-recos e assim por diante, para abafar o nome de Haman sempre que o leitor o pronuncia. Escutam-se batidas de varas, chocalhos e barulhos explosivos. O tremendo tumulto acrescenta-se à alegria geral. O leitor espera até o término do barulho para continuar a Meguilá, que lê até o próximo "Haman".

    Outro costume era escrever o nome de Haman no sapato e pisar forte até o nome do opressor ser apagado.

    O costume de fazer barulho quando o nome de Haman é mencionado é muito antigo e difundido pela Diáspora judaica. Alguns rabinos rígidos proibiram o costume, pois perturba a leitura da Meguilá, mas a atmosfera de Purim festiva triunfou e o costume se tornou profundamente arraigado ao folclore de Purim.

  • Jogos de Purim


  • Até mesmo nos tempos talmúdicos, o costume de jogar jogos especiais de Purim era difundido para aumentar a alegria. O Talmud conta um jogo antigo chamado "Meshavarta de-Purim" em que madeira e piche eram queimados em um buraco no chão, e as crianças saltavam ao redor da fogueira.

    No período dos Gaonim havia um costume difundido de queimar uma efígie de Haman e dançar em volta da fogueira. Algumas pessoas penduravam um grande anel sobre a fogueira e os jovens se penduravam nele para saltar sobre a fogueira. Ao longo dos séculos outros jogos de Purim evoluíram em várias comunidades, e em particular peças de teatro especiais para Purim, como a venda de Josef, Jacob e Esaú, David e Golias.

    Grupos improvisados para Purim passeavam pelas casas judaicas, apresentando suas peças. A peça mais difundida era, claro, "Achashverosh Spiel" na qual todos os heróis da Meguilá aparecem, toda encenada em versos, e acompanhada por belas músicas.

  • Venahafoch Hu


  • A atmosfera fácil, alegre de Purim deu origem a uma abundância de piadas, palhaçada e humor, baseadas nas palavras da Meguilá: "o oposto aconteceu." Em outras palavras, as pessoas brincam a respeito de tudo.

  • "O Rabino" de Purim


  • Neste contexto, difundiu-se o costume de designar-se um "Rabino" de Purim. O papel deste "Rabino" é de recitar uma Torá de Purim, irônica, que satiriza passagens Bíblicas e Talmúdicas. O "Rabino" de Purim aproveita esta oportunidade para satirizar personalidades públicas e líderes da comunidade, satisfazendo "desejos de vingança" contra estes "déspotas", acumulados durante o ano.

  • Comidas Especiais de Purim


  • Hamantashen (Oznei Haman - Orelhas de Haman)

    A comida mais difundida de Purim é uma massa especial, popularmente conhecida como Hamantashen. é um pedaço triangular de massa, normalmente recheado com sementes de papoula adocicadas. A origem do nome é obscura e há várias teorias. Algumas pessoas dizem que Haman usou um chapéu de três pontas, e por isso o formato da massa é triangular. Outros recorrem ao midrash que relata que, quando Haman entrou na tesouraria do Rei, terminou curvado, coberto de vergonha, e humilhado (literalmente "com orelhas cortadas"). Hamantashen também significa que Haman deixava suas forças chegarem à exaustão quando queria prejudicar os Judeus ("tash coho"), e deduz-se que este será o destino de todos os tentam prejudicar os Judeus.

    A fonte da massa eram aparentemente bolsas de sementes de papoula chamadas "Mantashen". O nome foi torcido intencionalmente a "tash" de Haman - bolsas de Haman. É uma mitzvá devorar Haman com boca aberta. Além Hamantashen, biscoitos feitos de açúcar e goma também são difundidos em Purim.

    Kreplach

    Carne picada coberta com massa, também triangular. A razão para comer kreplach em Purim é justificada de duas maneiras, baseadas em suas iniciais.

    * KRP - Kipur, Hoshana Rabá, Purim - estes são os feriados nos quais nós comemos Kreplach, e eles estão conectados com "bater" e "golpear" (na véspera de Iom Kipur - 39 chicotadas que os penitentes se aplicam; Hoshaná Rabá - quando se golpeiam as Arevot; Purim - quando se "bate" em Haman durante a leitura da Meguilá.

    * Baseado no verso no livro de Deuteronômio (13:16): "Hakeh takeh et yoshvei ha-ir" (Você seguramente golpeará os habitantes da cidade), em relação a bater e golpear: HAKE TAKEH - Hoshaná Rabá, Kipur, Haman - "Tochlu Kreplach Harbe" (Você comerá muito Kreplach!!!)

    Chalá de Purim

    Uma chalá especial, grande e com passas é assada para a refeição de Purim. Também são assados bolos, misturados com óleo e untados com manteiga, cobertos com gema de ovo e enfeitados com chocolate e doces.

    Peixes de Purim

    Em Purim, os peixes não são preparados da mesma maneira que nos outros chaguim. Eles são normalmente cozidos em vinagre, passas e temperos.

    Sementes

    Várias fontes antigas fazem menção ao costume de se comer sementes na véspera de Purim em memória a Ester que comeu apenas sementes no palácio do Rei. Esta também é a fonte do costume de rechear o Hamantashen com sementes de papoula.

    Feijões e cereais

    Em muitas regiões as pessoas comiam feijão e cereais em Purim, em memória à devoção de Ester que não comeu nenhuma comida não casher no palácio de Achashverosh, mas apenas cereais. Também pode haver uma referência aqui para aflição e lamentação, simbolizadas por cereais e feijões.

    Peru

    É habitual comer peru (tarnegol hodu) em Purim, em memória a Achashverosh que reinou da Índia (Hodu) à Etiópia. É sabido que o peru foi considerado um símbolo de tolice nas nações européias e entre os Judeus em geral, e há portanto uma referência à tolice de Achashverosh.

  • Fantasias


  • O costume de usar fantasias em Purimé extremamente antigo. Era particularmente observado na Itália. Já há quatrocentos anos atrás o Rabino Yehuda Mintz escreveu em sua "Responsa" que deveria ser permitido aos homens vestirem-se de mulheres em Purim, embora os rabinos Ashkenazim proibiam isto absolutamente. O Rabino Yoel Sirkis, da Polônia, opunha-se amargamente a esta permissão, que ia contra o versículo do livro Deuteronômio (22:5): "uma mulher não usará o artigo de vestuário de um homem, nem um homem vestirá o artigo de vestuário de uma mulher."

    Ele também proibia aos homens máscaras que impedissem que fossem reconhecidos, proibição esta tanto para Purim quanto para casamentos.

    Nos nossos tempos, a revelação externa mais distinta de Purim é o uso de vestidos caprichados, principalmente pelas crianças, embora os adolescentes e adultos às vezes se vestem a rigor em público ou participem de bailes de máscaras.

    UMA ANTOLOGIA DE PURIM: Expandido, reeditoado, compilado e editado por: Ora Limor e Haya Shenhav,
    Departamento para Educação e Cultura Judaica na Diáspora


    Fonte: Central Pedagógica da Agência Judaica para Israel