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29/nov/2023
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Festas Judaicas (Chaguim)

Iom Zikaron

Palavras do Primeiro-Ministro no Ato do Dia de Recordação pelos Mortos nas Batalhas de Israel, no Monte Herzl (2002)

Excelentíssimos Senhor Presidente do Estado de Israel
Famílias enlutadas
Público em geral

Em meu caminho para cá passei pelos meus companheiros que aqui jazem e membros do moshav em que nasci, estudei e cresci. Não há aqui nesta colina uma quadra de sepulturas sequer em que eu não tenha conhecidos, companheiros, comandantes e comandados. Aqui com eles, nesta colina, jazem as memórias da minha infância, da juventude, de todas as batalhas de Israel em que participei, a alegria das vitórias e a dor da derrota e o sofrimento profundo que sempre volta e me golpeia pela morte de companheiros, pelos talentos e sonhos que desapareceram.

Este monte elevado, que observa a nossa capital eterna, Jerusalém, encobre em seu solo os nossos heróis. Aqui e em todos os cemitérios militares através do país, e também nas profundezas do mar, nos lugares conhecidos e naqueles que desconhecemos, é o seu último descanso.

Hoje toda a nação se une, uma grande família enlutada, com a memória de seus filhos e filhas que tombaram nas campanhas de Israel. Neste entardecer novamente a nossa bandeira estará totalmente hasteada no mastro e o milagre de nossa independência será celebrado. Mas saberemos e lembraremos o preço, e reconheceremos a liberdade que foi adquirida à custa do sangue dos que tombaram, do grande sofrimento da família enlutada, e da dor dos feridos e dos inválidos que levam em seu corpo as cicatrizes da guerra.

A pára-quedista Hana Senesz, que saltou ao âmago do inferno nazista na Europa ocupada a fim de salvar irmãos do incêndio, escreveu com tal simplicidade poética:

"Uma voz chamou, e eu fui, fui porque a voz chamou, fui para não cair."

Esta voz interior límpida e pura é o comando do coração. A ordem de missão pelo renascimento do povo. Ordem para defender o lar, para estabelecer um muro de defesa contra o inimigo e o perseguidor. é um comando do coração que move combatentes a se voluntariar, a servir, a investir através do fogo, a arriscar a vida a fim de defender e de guardar o Estado de Israel.

Este comando, que é base de nossa vida nacional, não deve ser contestado. Sem ele não teríamos o renascimento e existência ante aqueles que se erguem contra nós. Ele é a vela de recordação do heroísmo de Israel, que suporta toda tempestade externa e todo espírito errante interior, e que jamais se apagará.

Nos últimos meses encontrei novamente pessoas assim, pessoas como nós, pessoas comuns que atendem ao comando do coração: Um soldado reservista que foi ferido em Jenin e que me disse: “Devo me recuperar e voltar”, o cidadão de Efrat que com seu corpo brecou um terrorista suicida e com isto salvou vidas, a policial de Kfar Sava que sai toda noite para patrulhar as ruas da cidade para que nossas crianças possam dormir em segurança.

Pessoas comuns que deixaram as suas casas, seu trabalho, seus filhos. Pessoas comuns que conduzem a batalha da defesa do lar na luta contra o terror, alertas também agora, que estão em seus postos, pessoas comuns, comandantes e soldados do Exército de Defesa de Israel da ativa e reservistas, soldados da Polícia de Israel e da Polícia de Fronteiras, pessoas dos serviços de segurança e do Mossad, pára-médicos do Maguen David Adom, os médicos e enfermeiros dos hospitais, os bombeiros, os voluntários da Guarda Civil, todos se voluntariam.

Pessoas comuns, do campo e da cidade, que usam kipá, provenientes do kibutz, judeus, drusos, beduínos, circassianos, novos imigrantes e nativos, pessoas comuns que são a prova tão vigorosa e tocante para quem esqueceu quão forte é este povo, quanto somos firmes.

Pessoas comuns, mas tão especiais.

Hoje, junto com os senhores, silenciaremos o atropelo da rotina ante o peso da memória e ouviremos e estaremos atentos ao silêncio. E seja a lembrança de nossos companheiros caídos pura e isenta de qualquer disputa e divergência, sublime e sagrada como o mérito de seu sacrifício. Unamo-nos, lembremos e prometamos cuidar de um Estado de Israel bom, coeso, forte e justo, e comprometamo-nos a fazer tudo a fim de eliminar a guerra de nossa terra e instalar nela a segurança e a paz.

Que a memória dos mortos nas lutas de Israel seja inscrita em nosso coração para sempre. Sejam a sua lembrança e o seu sacrifício um modelo de coragem, de fé na eternidade de Israel.


Fonte: Embaixada de Israel