Na tradição judaica, o 17o dia do mês de Tamuz é um dia de jejum que recorda o fim do cerco a Jerusalém e a entrada pelas muralhas da cidade por Nabucodonosor (586 a.e.c) e por Tito (no ano 70). Cabe recordar que estas invasões pelos muros da Cidade Santa se deram depois de meses de cerco, nos quais os residentes da cidade sofreram extremas dificuldades, como doenças e fome.
Além disso, a Mishná relata outra tragédias que ocorreram neste dia ao longo da história:
Quebra dos 10 Mandamentos - Depois do Matan Torá, a entrega da Torá, Moshé voltou para o Monte Sinai por quarenta dias para aprender os princípios gerais e os detalhes da Lei, e receber os 10 Mandamentos. Mas, o Povo de Israel errou nos cálculos que Moshé deveria demorar, e, no 39o dia de sua ausência (17 de Tamuz), temendo que ele não voltasse, construíram um ídolo, o bezerro de ouro. Quando Moshé viu que a nação judaica, que acabava de selar um acordo com D'us, construíra um ídolo, foi possuído por raiva e jogou as tábuas com os 10 Mandamentos no chão, quebrando-as em pedaços.
Fim das Oferendas Diárias no 1o Templo - Nos dias da destruição do Primeiro Templo, as paredes de Jerusalém foram invadidas no dia 9 de Tamuz. Apesar de os inimigos entrarem na cidade e espalharem desolação, não conseguiram entrar no Santuário, uma vez que os Cohanim se haviam fortificado e continuavam a fazer as oferendas diárias. No 13o dia de Tamuz, os Cohanim não tinham mais ovelhas para a oferenda diária, então subornaram os soldados que os cercavam com outro e prata em troca de ovelhas. No dia 17 de Tamuz, os soldados pararam de enviar as ovelhas e pela primeira vez as oferendas diárias foram interrompidas.
Queima do Livro da Torá - No dia 17 de Tamuz, alguns anos após a destruição do Segundo Templo, durante o período do Procurador Romano Cumenus, havia uma grande tensão entre romanos e judeus. Flávius Josephus relata a queima do Rolo da Torá por Comenus e suas forças: "Na estrada real, perto de Beit Horon, ladrões compunham o cortejo de Stephanus, oficial do Império. Comenus enviou suas forças armadas para as cidades próximas e ordenou a prisão de seus habitantes, que eram então trazidos perante a ele. Era seu destino que eles não haviam sido bem sucedidos em perseguir e capturar ladrões. Um dos soldados tirou o Rolo da Torá de uma das aldeias, rasgou-o e jogou-o no fogo... De todos os lados os judeus se reuniam tremendo, como se toda sua terra estivesse ardendo em fogo."
Um ídolo é colocado no Templo - Acredita-se que Apóstomos, oficial Romano, colocou um ídolo no Segundo Tempo, também no dia 17 de Tamuz.
Fonte:
Virtual Jerusalem